Postal de minha Mãe para sua irmã Stella, de um conjunto oferecido por meu primo Miguel Freitas da Costa, a quem muito agradeço.
Outro postal de Margarida para Stella aqui
Uma foto de Stella e Miguel em 1947 aqui
Todos os postais para Stella na tag "postal"
I like to hole up in hotel suites. I like to turn off the lights and crank the AC. I like temperature-controlled and contained environments. I like to sit in the dark and let my mind race. I was set to meet Bill Stoner the next morning. I ordered a room-service dinner and a big pot of coffee. I turned out the lights and let the redhead take me places.
I knew things about us. I sensed other things. Her death corrupted my imagination and gave me exploitable gifts. She taught me self-sufficiency by negative example. I possessed a self-preserving streak at the height of my self-destruction. My mother gave me the gift and the curse of obsession. It began as curiosity in lieu of childish grief. It flourished as a quest for dark knowledge and mutated into a horrible thirst for sexual and mental stimulation. Obsessive drives almost killed me. A rage to turn my obsessions into something good and useful saved me. I outlived the curse. The gift assumed its final form in language.
James Ellroy
in My Dark Places, An L.A. Crime Memoir p.206
© 1996 James Ellroy
Leia este excerto em português no
blog Traduçõesaqui
neste terceiro ano de actividade bloguística talvez valha a pena fazer um balanço. Começo por explicar aos visitantes recém-chegados que me lancei nisto para anunciar um livro que tinha acabado de escrever e ia publicar daí a uns meses, em edição de autor (saiu em Maio de 2009). Não podendo contar com grande visibilidade nem distribuição, a oportunidade de usar uma montra gratuita e interactiva era bastante tentadora. Também desejava mobilar o "vazio", quase inevitavel após a finalização de um projecto que me ocupava há muito tempo.
Um blog, além de servir para mostrar imagens e curiosidades que tinham ficado na gaveta, permitia seguir com os mesmos temas - recordações, álbuns de família, fotografias, curiosidades - e explorá-los mais livremente, sem as mesmas preocupações de coerência, cronologia, fio narrativo, ou o que fosse. Com a ajuda de autores favoritos, fui assim construindo este 'arquivo', procurando casar o álbum de família com as minhas leituras e os assuntos que me interessam.
Valeu a pena: julgo que este Retrovisor contribuiu para criar interesse no outro, cuja edição impressa (500 exemplares) se encontra quase esgotada. Volta e meia sinto a satisfação de 'acrescentar um conteúdo' que ficará guardado na net. Tive a alegria inesperada de reencontrar amigos que perdera de vista e fiz novos contactos na blogosfera.
Ultimamente este blog recebia 20 a 30 visitas por dia, o que, não sabendo se é muito se é pouco, me contentava. Há dias o Retrovisor mereceu um destaque dos "blogs do sapo", que fez disparar o número de visitas, uma agradável surpresa, veremos se muda alguma coisa. A média de comentários é que é baixa, menos de um por post. Gostava de receber mais feedback, em particular dos visitantes regulares, que sei que há alguns, pelo menos em Portugal, França, Bélgica, Brasil e Estados Unidos. Aos leitores que se têm manifestado, por comentário ou e-mail, nunca agradeço o suficiente.
Muito obrigada a todos pela visita!
Imagem: cartão de Dia dos Namorados, E.U.A., anos 50
mais sobre este blog e o livro na tag "retrovisor"
Madrid, 1967
À chegada tínhamos sido recebidos por amigos de São Francisco, um bom augúrio por certo, as coisas começavam bem. A alegria dos espanhóis e a animação de Madrid, em brutal contraste com o ambiente sorumbático de Lisboa, seduziram-me de imediato. E fosse como fosse, em Madrid ser estrangeira deixava de ser um sintoma de desajustamento para se tornar numa realidade concreta, um dado objectivo. O estatuto agradou-me.
O liceu era mais pequeno e acolhedor, e a facilidade com que me integrei na quatrième fez-me compreender melhor, finalmente, o sentido de frequentar o ensino francês. Tornei-me uma aluna calma e razoável.
Viver de novo com os meus pais, na nossa própria casa, apenas com o meu irmão, seis anos mais novo, e duas empregadas, foi solitário e reconfortante ao mesmo tempo. Os meus pais viviam muito absorvidos em si mesmos e nas suas vidas, mas tinham amor e respeito um pelo outro, e por nós também, o que afinal de contas é o principal. Embora nunca mais se pudesse colar tudo o que se tinha partido, os anos que passámos em Espanha seriam de reconstrução.
Imagem: O meu irmão é o quinto a contar da direita, na última fila