Venâncio Augusto Deslandes e Matilde Rebello Deslandes
c.1905
Por circunstâncias da vida, meu pai herdou diversas recordações destes seus tios-bisavós, incluindo uma interessante colecção de fotografias.
Em 2004, ao interessar-se por curiosidades bibliográficas que haviam pertencido a Venâncio Augusto Deslandes, minha irmã Cristina acabou por descobrir que entre elas se achava um importante conjunto de autógrafos de Almeida Garrett.
Não é meu propósito contar de novo essa ‘aventura’, que culminou na publicação do romance popular A Moira Encantada, um livrinho que o "Diário de Notícias" ofereceu aos seus leitores no 140º aniversário do jornal; mas depois de ter evocado aqui Garrett, e o seu Romanceiro, não podia deixar de apresentar ao Leitor este meu antepassado, ilustre bibliófilo, a quem pertenceram, não se sabe como, os manuscritos do Cancioneiro de romances, xácaras, solaus e outros vestígios da antiga poesia nacional.
Venâncio Augusto Deslandes (1829-1909) descendia de uma família de impressores franceses estabelecida em Lisboa no século XVII. Foi administrador da Imprensa Nacional de Lisboa e o seu nome ficou ligado ao prestígio que esta adquiriu, em finais do século XIX e princípios do século XX, pela alta qualidade técnica dos seus trabalhos de composição, impressão e gravura. Escreveu uma obra de referência para a história da tipografia portuguesa, reeditada pela INCM em 1988, com introdução de Artur Anselmo.
1888
Venâncio Augusto Deslandes casou com Matilde Rebello Borges de Castro (1854-1931), natural dos Açores, de quem teve três filhos: Margarida Carolina, Luísa Gabriela e Miguel. A eles, e às suas fotografias, voltarei em breve. Presumo que a fotografia acima tenha sido tirada na residência de Venâncio e Matilde Deslandes em Lisboa, na rua da Escola Politécnica.