Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2019

O Bloco-Notas de José Cutileiro

 

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José Cutileiro

 

 

 

Rex/Pontifex

 

 

As palavras são latinas mas os conceitos vêm dos egípcios que inventaram as traves mestras do poder neste mundo e no outro. Tudo o que veio depois deles – de gregos, romanos, cristãos, muçulmanos – foi construido sobre esses alicerces, expressos inter alianas maravilhas mais antigas ao Sul do país e nas  pirâmides de Gizé a Norte, dizia-me amigo que há dias subiu o Nilo, parando nos dois hoteis preferidos de Agatha Christie, um típicamente inglês colonial, o outro já afrancesado e ambos excelentes para alguém se desalterar e meditar nos intervalos de tal regresso às origens, bafejados há cem anos por ventoínhas e agora por ar condicionado. O meu amigo só lamentava que, perante tanta sabedoria ancestral, não se pudesse pedir agora ao General Abdel Fathah el-Sisi que se fosse instalar em Londres para meter na ordem o bando de descerebrados, eleitos e eleitores, que numa mistura surpreendente de incompetência, ignorância e engano, meteu o Reino Unido na camisa de onze varas do Brexit.

 

 

Respondi-lhe que inventar tudo, tudo, não tinham. Escapara-lhes o monoteismo, embora o faraó Amenofis IV – ou, como ele preferia ser denominado, Akhenaton – durante o seu reinado tentasse promovê-lo. Foi, para os artistas (sempres solícitas ao gosto dos seus patronos), tempo diferente dos outros: o que chegou até nós dos seus ateliers e oficinas está cheio de esculturas e de restos de pinturas murais naturalistas, como não se encontram em nenhum outro momento da história egípcia, desde dos primórdios desta até à invasão romana, nem.em qualquer outro lugar antes do Renascimento. Quando, aos doze anos, eu soube destes sucessos, Akhenaton passou a ser um dos meus herois, juntamente com Fernão de Magalhães e o capitão Scott que com a sua expedição atingira o Polo Sul para encontrar a bandeira da Noruega, hasteada por Amundsen que lá chegara antes e, no regresso, morrer de frio com os seus companheiros na neve da Antártida.

 

Entretanto, mudei muito. A admiração por Akhenaton mantém-se mas com  grande beliscadura: estou há décadas convencido de que o monoteísmo é um dos maiores flagelos do mundo; que os males sancionados pelo Deus de Abraão, Isaac e Jacob excedem de longe os bens que se lhe possam atribuir . Na tradição cristã seguem-se ao monoteismo, o cristianismo primitivo e a Reforma - fora das igrejas mas em veias semelhantes eu acrescentaria Marx e Freud). E para tudo isto, lembrando-me da sugestão do meu amigo, nem o General el-Sisi chegaria.

 

Ia continuar sobre monoteísmo e lei e ordem à l’égyptiennemas, escrevo terça-feira, acabo de saber que o ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, preso há 7 anos, acusado de crimes contra a humanidade, foi absolvido e mandado libertar pelo Tribunal Penal Internacional. Gostei que o Tribunal começasse a ganhar juízo – e lembrei-me de Gbagbo, ainda presidente a dizer a jornalista francês: « Pois é, vocês querem que a gente faça a Revolução de 1789 sem ofender a Amnistia Internacional ».

 

 

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Quarta-feira, 14 de Setembro de 2016

O Bloco-Notas de José Cutileiro

 

 

 

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@ Percy Jackson 

 

 

 

 

 

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Deuses

 

 

 

 

Em igreja desafectada num lugarejo da Beira profunda, pedindo-se a vizinha chave para a abrir, amigos dos Pais descobriram estatueta magnífica de S. Sebastião do século XVII. Um ano depois, estando por perto, pediram outra vez à vizinha para lhes abrir a igreja – e não viram o S. Sebastião. Perguntaram se alguém o teria levado (passava-se isto há uns 80 anos e começara já a compra por dez reis de mel coado de obras de arte achadas na província portuguesa por citadinos astutos - pilhagem comparável às das Invasões Francesas do começo do século XIX, com a vantagem de as obras assim preservadas terem ficado em Portugal) mas nada da igreja fora entretanto vendido. De entrada, a vizinha nem percebia bem de que é que eles estavam a falar até, de repente, se fazer luz no seu espírito: “A gente capemo-lo e fizemos uma Santa Teresinha!”

 

O catolicismo cultivou os Santos e as Santas, alguns plasmados de anteriores figuras pagãs, amortecendo assim o choque brutal do monoteísmo - a invenção mais traumática e funesta da humanidade - na vida de cada um (e cada uma) de nós que com ele tivesse de lidar. Santos e Santas são cortesãos celestes, com acesso directo a Deus menos ou mais facilitado, desde Santos e Santas modernas sem cultos enraizados nas mentes dos fiéis às hipóstases mais celebradas da Senhora sua Mãe. Beatas (e beatos) estabelecem as suas intimidades. Uma de Reguengos, a quem mãe aflita com doença de filho viera pedir intervenção de Nossa Senhora de Fátima (de que a beata possuía imagem a que rezava), respondeu-lhe: “Deixa estar filha que eu, em chegando a casa, caio-me lá com a minha Periquita!”. Às vezes, como entre humanos, as coisas dão para o torto: o meu amigo Fernando viu numa igreja de Luanda mulher de pé em cima de um banco insultando em kiluanda imagem de Nossa Senhora do Carmo, por esta não ter cumprido a sua parte de um acordo.

 

As coisas passavam-se assim com Deuses e Deusas quando toda a gente tinha vários. Era o caso - para escolher sociedade evoluída - da civilização romana com quem os cristãos tiveram problemas, não por terem Deus diferente, tal não aquecia nem arrefecia os romanos, mas por não admitirem existência de Deuses dos outros. A intolerância não foi inventada pelos monoteístas mas foi dotada por eles de superioridade moral. Desde as origens no Próximo Oriente as chacinas não pararam. Mas salvo em casos especiais – judeus ortodoxos, Tea Partiers americanos, waabistas - as três grandes religiões reveladas parecem hoje menos viradas para o proselitismo, mormente a Hebraica quiçá por ter sido mais maltratada do que as outras duas. A Cristã chega a roçar o agnosticismo. Mais novo, o Islão dá fiéis cheios de sangue na guelra. Se algum dos seus entusiastas, fanático do chamado Estado Islâmico, nos perguntar o que fizemos do Deus a quem chamam Alá, em cujo nome matam e esfolam, devemos responder que o capámos e fizemos um Nosso Senhor Jesus Cristo, user-friendly para crentes e descrentes.

 

 

 

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Quarta-feira, 26 de Agosto de 2015

O Bloco-Notas de José Cutileiro

 

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Fés

 

 

 

Foi no século XX que se descobriu que o Bispo Pedro de Santa Maria, um dos mais zelosos inquisidores espanhóis, tinha nascido judeu, chegara a rabino em família de rabinos, e só aos trinta anos virara católico. Quem se espante, não devia. No mundo de twitters, Facebook, selfies, ponha os olhos nos rapazes e nas meninas que em Bordéus, Manchester, Santa Comba Dão – poderá acontecer lá também - troquem confortos multiculturais do estado social europeu pela certeza sangrenta que oferece o Estado Islâmico do Iraque e da Síria. (Alexandre O’Neill sabia que a sociedade de consumo iria dar para o torto: Sonetos garantidos por dois anos./E é muito já leitor, que mos compraste/Para encontrar a alma que trocaste/Por rádios, frigoríficos, enganos…)

 

Poderemos mais pacatamente lembrar-nos dos neocons americanos que desencaminharam George W. Bush ou de alguns liberais europeus apologistas da austeridade. Viveram, uns e outros, juventudes embebidas nas extrema-esquerdas dos respectivos países. Muito inteligentes e lidos, na minha experiência do seu convívio partilham uma pecha. Sem folga entre certezas ideológicas da juventude que repudiaram e certezas ideológicas da idade madura que abraçaram, são incapazes de perceber que as vidas das pessoas não se regem nem por umas nem por outras. Quase dão razão ao alentejano orgulhoso, baixo com cara de homem alto, que um dia me perguntou: “O que é que vem nos livros que um homem da minha idade não saiba?”

 

Geralmente são incorruptíveis - o que no Portugal de hoje os torna bentinhos – mas não confundir alhos com bugalhos. Não esquecer que incorruptíveis também foram Robespierre, em França; Salazar, em Portugal; o Mullah Omar, no Afeganistão. Vão fazendo muito mal ao mundo porque a sua paranoia doce os leva, num passe de mágica, de premissas incontestáveis a conclusões dementes.

 

Florescem muito bem em tempos de crise. Em Les Dieux ont Soif (Os Deuses têm Sede), romance de Anatole France passado na Revolução Francesa durante o Terror, Évariste Gamelin, pintor, membro do Comité de Salvação Pública, jacobino apaniguado de Robespierre, cruza-se num jardim de Paris com mãe burguesa nova e bonita acompanhada por filho pequeno brincando com uma bola que rola até aos pés do pintor. Este devolve-a, recebe sorriso contente e grato da burguesa e a seguir pensa, com tristeza resignada, que para que aquela criança viesse a ser feliz em crescida, talvez fosse preciso guilhotinar a mãe.

 

A jantar com liberal iluminado – marxista duro nos seus verdes anos - e católico reflectido, daqueles a quem o Dr. Mário Soares chamava “a direita inteligente”, tornei a confirmar o meu preconceito. Não há mais erudito, racional (e bem educado) do que o liberal mas, fosse ele a mandar, galoparíamos para a chamada luta de classes com vigor inédito desde a guerra de Espanha. O católico constante sabia que, embora o Bem esteja sempre longe, muito mal pode ser evitado usando de bom senso, decência e - lembrai-vos? - amor do próximo.

 

 

 

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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2015

O Bloco-Notas de José Cutileiro

 

 

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 Foto Sonda Cassini

 

 

 

 

 

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Agora e na hora da nossa morte

 

 

António Alçada Baptista travou-me o braço e disse-me enquanto atravessávamos o foyer do teatro Maria Matos onde nessa tarde havia uma recepção: “Estou a escrever um livro porreirinho sobre Deus”. Eu chegara de Oxford uma hora antes para meia dúzia de dias na Pátria, não nos víamos há meses e assim recebi anúncio da Peregrinação Interior. Da boca do cavalo, dir-se-ia em inglês.

 

Tempo mais simples do que o nosso de hoje. Três séculos intensos de zaragatas europeias tinham acabado em muitos lugares por separar a Igreja do Estado; blasfémia era pecado mas deixara de ser crime. A fé de cada um - como os gostos de cada um - não se discutia. O nazismo fora derrotado e destruído; o comunismo estava cantonado até que o seu próprio peso o fizesse desmoronar. Na Europa Ocidental vingavam decência entre governantes e governados e comedimento na partilha do latifúndio, inéditos na história.

 

O Portugal de O Tempo e o Modo esperava pelo 25 de Abril e o Deus do António era o Deus hebraico de Abraão, Isaac e Jacob, mais tarde também de Jesus Cristo e, mais tarde ainda, de Abu Al Cassem Ben Abdalá Ben Al Mutalibe (Maomé significaria O Glorificado). Os estragos feitos ao longo da história pelo monoteísmo começavam a ser esquecidos em ambiente que André Malraux apreendera bem: “Somos a primeira civilização consciente de ignorar o significado do homem”.

 

Éramos. Talvez ainda se escrevam livros porreirinhos sobre Deus, nos quais a leitora encontre apreciação da vida, benevolência e tolerância, longe de polémicas teológicas – longe, na aparência, de qualquer teologia. Mas onde hoje mais ouvimos falar de Deus, é nos feitos do Estado Islâmico do Iraque e da Síria ou de Boko Haram na Nigéria, um Deus antropomórfico, primitivo, cruel, sangrento, cujos fiéis oferecem à outra gente conversão ou morte – ou começam matando, se mais jeito der. Nova Iorque, Washington, Londres, Madrid, Paris, Copenhague – a procissão ainda vai no adro. E, em partes da cristandade – por exemplo, na Rússia – igrejas opressivas recuperam poder temporal.

 

Entretanto, a ciência vai mudando o conhecimento do mundo de maneiras tão inesperadas e com tal rapidez que o presente – e não apenas o passado – às vezes é como se fosse país estrangeiro, com língua e hábitos diferentes dos nossos. Mudanças de paradigma sucedem-se em cascata. E a passagem de novas teorias, intuições, palpites, de mentes científicas para entusiasmos leigos faz-se num momento e sem filtro, devido à panóplia de meios de comunicação hoje ao dispor de cada um.

 

Nesta mistura adúltera de tudo, diz-me amigo entendido em coisas americanas, lá quase todos os movimentos feministas debatem o género da divindade, ao ponto de usarem o feminino nas orações. E que Deus seja um robot, nem macho nem fêmea, dados os progressos em inteligência artificial, etc., será decerto sugerido um dia destes. Separando de uma penada o físico do moral; o que é do que deveria ser. Até à guinada seguinte…

 

 

 

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Quarta-feira, 16 de Julho de 2014

O Bloco-Notas de José Cutileiro

 

 

 

 Gustave Doré

 

 

 

 

Terra Santa

 

 

As coisas vão de mal a pior do lado de Bethlehem, a Belém original onde nasceu Jesus Cristo, sagrada para os três grandes monoteísmos do mundo, agarrados ao mesmo Deus. Apesar – ou por causa – disso o lugar não é pacífico. Há anos, amiga minha que passou o Natal em casa de belenenses, no sossego relativo de entre-duas-intifadas, logo no primeiro serão assustou-se com sirenes de ambulância na praça da Igreja da Natividade, mas o anfitrião disse-lhe para não ligar. “São os coptas e os ortodoxos”, explicou. “Estão sempre à briga. Não se matam mas partem cabeças”.

 

Sem a importância, o renome e os rastos de desgraça de xiitas e sunitas (nos nossos dias só partem cabeças), cada um insiste não só em que Deus há só um mas também que só a sua maneira de O amar é boa: todos os outros cristãos são hereges. Talvez, mas na Europa e nos demais Continentes já muito raramente cristãos partem cabeças uns dos outros por isso. (Falta de fé? Progresso moral?). Quantos aos monoteístas detentores da patente original, séculos de diáspora, de pogrons, de autos de fé, de antissemitismo, culminando na eficácia germânica do Holocausto e a criação de Estado próprio, mal aceite pela vizinhança, ensinaram-nos a defenderem-se primeiro de terceiros. (Embora não haja país com debates sectários mais vibrantes do que Israel).

 

É entre os mais novos da turma, os maometanos, que pendências internas fazem hoje mais estragos. O conflito ente xiitas e sunitas começou logo a seguir à morte de Profeta, no século VII da nossa era e, ao longo da História, teve altos e baixos de importância, segundo peripécias da força de outros poderes. A partir do século XIII o Islão viveu uma “contra-Renascença” que, a arrepio das suas melhores tradições, o afastou do progresso científico e do esclarecimento humanista que triunfaram na Europa. Colonizados por europeus e pelo Império Otomano, os povos do Norte de África e da Arábia viram-se distribuídos por novos estados, delineados por um francês e um inglês a seguir à Guerra de 14-18. O arranjo manteve-se até ao estabelecimento de “Califado” sunita, que rouba terra a Iraque e Síria, e renovadas aspirações curdas de independência. Em 1948, estabelecera-se o Estado de Israel, facilitado por culpa europeia e norte-americana, que expulsou populações. Israel foi bode expiatório para os potentados xiita (Irão) e sunita (Arábia Saudita) e seus vassalos, que içavam perante o mundo a bandeira do sofrimento palestino.

 

Está tudo a mudar. Riade e Teerão temem-se mais um ao outro do que temem Telavive. Os dois abominam o Califado, cuja crueldade consegue ofender padrões locais. A extrema-direita israelita é insuportável mas o Cairo espera ferventemente que Israel destrua o Hamas (compinchas dos seus Irmãos Muçulmanos). Salvo na Tunísia, as Primaveras Árabes acabaram. Vista de Telavive, a Europa é um vasto cemitério. Os EUA de Obama metem pouco respeito.

 

Em Bethlehem, brigas de ortodoxos e coptas continuarão a ser oásis num deserto ardente.

 

 

 

 

Imagem aqui

 

 

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Sábado, 29 de Março de 2014

O Cardeal Judeu

 

 

 

Le Métis de Dieu

Ficção/ Drama

 

Domingo, 30 de Março 2014 às 17h30

 Cinema S. Jorge, Sala Manoel de Oliveira 

 

 

A surpreendente história de Jean-Marie Lustiger, filho de emigrantes judeus polacos, em França, que manteve a sua identidade cultural judaica mesmo depois de se converter, ainda jovem, ao catolicismo e de ser ordenado padre. Subindo rapidamente na hierarquia da Igreja, Lustiger foi nomeado Arcebispo de Paris pelo Papa João Paulo II, em 1981, e estabeleceu uma nova postura que respeitasse a sua dupla identidade enquanto judeu católico, o que lhe granjeou amigos e inimigos de ambas as facções.

 

Após a exibição do filme haverá um debate com a participação de Padre José Tolentino de Mendonça e Rabino Eliezer di Martino moderado por António Marujo.  

 

 

Entrevista com o realizador Ilan Duran Cohen aqui

 

 

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Sexta-feira, 28 de Março de 2014

Os Judeus e o Dinheiro: Investigação de um Mito

 

 

Documentário de Lewis Cohen

Sábado, 29 de Março 2014 às 16h30

Cinema S. Jorge, Sala Manoel de Oliveira

 

 

The kidnapping and brutal murder of a young French Jew, Ilan Halimi, kicks off a roller coaster quest to bring his tormenters and killers to justice, along with an enlightening search through history to discover the origins and reasons for perpetuation of the age-old myth of Jews as the world’s financial purse string holders. Jews & Money is a probe into the myth about Jews, and where and when it took root. Why is the Jew so often cast as the banker or trader, pawnbroker or movie mogul? Of all the medieval moneylenders, why is only Shylock remembered? How did the Rothschilds become the symbols of international capitalism? And why does a simple cell phone salesman get pegged as rich, and die for it?

 

A debate with the participation of Richard Zimler, Manuela Franco, Jorge Martins and Marina Pignatelli will follow the screening.​

  

 

Ilan Halimi

1982-2006

 

 

Em 2006, um jovem vendedor judeu é raptado nos arredores de Paris por um bando de criminosos, que exigem um resgate de meio milhão de euros convencidos de que “todos os judeus são ricos”. Não era o caso.

 

Este documentário investiga quando e onde estarão as raízes desse mito, por que razão o banqueiro, o comerciante, o dono da loja de penhores ou o grande empresário da indústria cinematográfica são tantas vezes representados por judeus? Entre tantos agiotas medievais, por que motivo é Shylock o único que ainda hoje é recordado? Como é que os Rothschild se tornaram os símbolos do capitalismo internacional? E porque é que um modesto vendedor de telemóveis passa por rico, morrendo por causa disso?

 

Após a exibição haverá um debate com a participação de Richard Zimler, Manuela Franco e Jorge Martins moderado por Marina Pignatelli.   

 

 

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Sábado, 22 de Março de 2014

Judaica: 2ª Mostra de Cinema e Cultura

 

 

 

 

De 27 a 30 De Março de 2014 serão apresentados em Lisboa, no cinema S. Jorge, filmes e documentários recentes, na sua maioria em estreia absoluta. Desde dramas históricos até comédias comoventes e sessões para escolas e famílias, a programação é pautada por debates, propostas de literatura, experiências gastronómicas e, a fechar o evento, a participação especial de um DJ Klezmer.

 

A escolha dos filmes desta segunda Mostra leva-nos numa viagem por diversos países, épocas e facetas não exploradas da Grande História, da Bielorrússia à Patagónia. Uma Grande História que talvez se exprima com a maior eloquência nos breves 16 minutos mudos da curta-metragem Sapatos. Encontramos também Mengele, retratado em O Médico Alemão, de Lucía Puenzo, e deparamo-nos com rapazes e raparigas palestinianos e israelitas a Dançar em Jaffa, que nos ensinam que é possível amar o inimigo. Rosinha tece o seu enredo à volta dos trágicos acontecimentos de Março de 1968 na Polónia, num argumento interpretado pelos mais talentosos actores e actrizes polacos da actualidade. Já numa Berlim mais contemporânea, Os Mortos e os Vivos lança-nos no encalço de Sita, uma jovem que é confrontada com um terrível segredo de família. Paixão e traição são também os temas fortes que marcam o filme alemão Fim de Temporada.

 

Seguem-se duas grandes obras de produção israelita, O Casamenteiro num tom de humor muito especial, e A Vida é Engraçada, um filme que surpreende pela humanidade e imperfeição das suas personagens, em que todos nos poderemos rever.

 

Encerra o cartaz O Cardeal Judeu, filme baseado na extraordinária vida do cardeal francês Jean-Marie Lustiger. A projecção será seguida de uma troca de ideias entre o Padre José Tolentino de Mendonça e o Rabino Eliezer di Martino.

 

Para completar, ao longo da Mostra decorrerá uma feira do livro, onde poderemos encontrar os mais variados títulos de autores judeus e/ou temáticas judaicas, uma sessão dedicada à Rede de Judiarias de Portugal, e ainda provas de vinhos, degustação de chocolates e diversos produtos Kosher.

 

Consulte o programa completo aqui

 

 

 

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