omnívoro
om.ní-vo.ro/a
adjectivo
(do latim omnivorus)
Que come de tudo e não que come tudo, como os vampiros da balada. No primeiro caso estamos perante um sinal de liberalidade, no segundo, de mera glutonaria. O animal omnívoro distingue-se, assim, das grandes famílias dos carnívoros e dos herbívoros, cuja dieta alimentar é mais exclusiva. O organismo do animal omnívoro está adaptado a essa circunstância, o que não significa que seja um devorador exaustivo. Ou até à exaustão, que é coisa um pouco diferente. Mas é quase sempre um predador. Por analogia, podemos falar, por exemplo, de leitores omnívoros – sobretudo na idade em que tudo o que vem à rede é peixe –, mas o termo é usado demasiadas vezes como elogio. Ora, o leitor omnívoro é um leitor que lê de tudo. E, fora do âmbito democrático e da idade própria, o leitor que lê de tudo (ou ouve de tudo, ou vê de tudo) ainda não se decidiu em matéria de gosto, o que não é em si grande louvor. Já os leitores que são exaustivos e lêem tudo de certo autor ou sobre um determinado assunto podem ser altamente estimáveis. Se a analogia for feita no plano sexual, a criatura omnívora será aquela que come de tudo, satisfazendo plenamente o requisito semântico do termo, e não tanto a figura rapace que come tudo – por exemplo – que tenha saias, ou pegue touros, para referir dietas clássicas, assaz restritas nos tempos que correm.