gerúndio
ge.rún.di.o
forma nominal do verbo, invariável, terminada em -ndo.
(do latim gerundium)
Os matizes do gerúndio em português prendem-se com o seu uso na forma simples ou na forma composta, dependendo (cá está) da sua posição relativa na frase. Algumas gramáticas, ao descreverem (ou descrevendo…) o emprego desta forma, falam até de «construções afectivas», motivo pelo qual a coisa deveria até estar muito na moda. Mas não. Parece haver uma tendência para preterir o gerúndio em favor de outras soluções que o não contemplem, por exemplo a sua substuição pelo infinitivo antecedido de preposição (exemplo «a cantar»), recuperando (cá está de novo) a ideia de que é uma coisa um pouco provinciana, rústica, ou ainda como forma de desvinculação do português do Brasil, o que só pode ser pura ignorância. Como se a região de Lisboa não constituísse, também ela, uma variante dialectal do português e não a língua sem rebarbas, rebrilhante de tão polida, que alguns dos seus falantes imaginam. Variante em que as noções de progressão indefinida ou de duração estão menos presentes de um modo tão expressivo. Felizmente que à pergunta sobre como vai a nossa vida, podemos responder: cá vai indo.