catita
ca.ti.ta
nome e adjectivo (dois géneros)
(de origem obscura)
As palavras de origem obscura são interessantes. Poder-se-ia dizer misteriosas, pelo menos em alguns casos. Catita usa-se para significar aperaltado, janota (um neologismo curioso que vem do tempo das invasões francesas); acrescentar aprimorado ou airoso já é, neste contexto, usar uma linguagem ela própria catita. Neste sentido pode-se falar de uma caligrafia catita, ou de automóvel (nunca um carro) catita, para dar exemplos de natureza diversa. «You know what I mean?», perguntaria neste ponto um falante de língua inglesa. Catita tem esta conotação de sujeito laboriosamente penteado e de gardénia na lapela, um pouco desgastado, mas sempre de ponto em branco, emproado, muitas vezes pesadamente. Transponha-se a ilustração para o feminino da forma julgada adequada. Um pouco o equivalente português de dandy, com um perfume de afectação, que alguns julgam ser o equivalente de requinte. Enfim, um peralta ou peralvilho (seja de sexo for, se acaso for de algum) genuíno ou apenas uma espécie de gente vulgar, mas acatitada segundo os ditames das montras ou dos influentes (palavra a que voltaremos em breve). Em suma, uns casquilhos.