Sábado, 29 de Maio de 2010

Casa das Pereiras

 

 

Lousada, c.1936

 


 

da esquerda para a direita:

Stella, Margarida e Frederico

com os primos António Duarte, João Manuel e Mariazinha (Maria do Carmo) Rebelo de Carvalho,

filhos de Alzira Pereira de Carvalho, irmã mais nova de meu avô materno.

 

 

 

Aos apreciadores de fotografias que não acompanham o blog desde o princípio sugiro a leitura do post "a fotografia vernacular" aqui

 

 

 

 

publicado por VF às 12:07
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Quinta-feira, 27 de Maio de 2010

Casa da Mogada (2)

 


 

 

Margarida de Barros Pereira de Carvalho (1892-1968)

Baía, Brasil, c. 1896

 

 

 

Descubra o álbum que contém esta fotografia no post "O álbum do Brasil" aqui, e outras fotografias do mesmo álbum clicando na tag "brasil".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Casa da Mogada, no Concelho de Guimarães, de onde era natural a minha bisavó Maria do Carmo de Barros de Faria e Castro , pertencia a esta antes do seu casamento com Guilherme Pereira de Carvalho. Coube em herança a Margarida de Barros Pereira de Carvalho, a terceira dos sete filhos do casal.

 

 

 

 

 

 

Maria do Carmo de Barros de Faria e Castro (1868-1926)

e Guilherme Pereira de Carvalho (1864-1927)

(fotografia reproduzida no livro Retrovisor, um Álbum de Família)

 

 

 

publicado por VF às 10:15
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Terça-feira, 25 de Maio de 2010

Casa da Mogada

 

 

Caldas das Taipas

 

 

 

Pela “Mogada”, como por “Freitas”, passaram várias gerações da minha família materna. A Casa da Mogada, no Concelho de Guimarães, que foi cenário de muitas fotografias da infância e adolescência de minha mãe, pertencia a sua tia homónima Guida - Margarida Pereira de Carvalho Crato - irmã de meu avô materno. De entre as numerosas fotografias que guardo desta casa opto mais uma vez por esta, a escolhida para o livro Retrovisor, um Álbum de Família, pois permite situar o local onde este grupo foi fotografado:

 

 

 

 

 

Mogada c. 1930

Margarida, ao centro, à frente dos seus tios Guida

e Eduardo de Carvalho Crato, ao fundo, de pé.

 

 

 

 

A minha mãe está sentada no chão entre os seus irmãos, Stella e Frederico. Atrás de Frederico está sentada minha avó materna, Maria do Carmo Belmarço Pereira de Carvalho.

 

 

 

 

 

 

Margarida Pereira de Carvalho Crato (1892-1968)

e Eduardo de Carvalho Crato (1877-1947)

 

 



 

 

publicado por VF às 11:48
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Domingo, 23 de Maio de 2010

Amarante

 

 

 

 

 

Vista de Amarante, data desconhecida

 

 

 

 

 

 

da esquerda para a direita:

O poeta Teixeira de Pascoaes

Frederico e Guilherme Pereira de Carvalho,

no jardim da Casa de Freitas (c. 1927).

 

 

 

Descobri estas fotografias no site da "Associação Amarante Automóveis Antigos" aqui. Foi curioso encontrar mais uma fotografia de Teixeira de Pascoaes na Casa de Freitas, tirada na mesma ocasião da que aqui publiquei no ano passado, como confirmam os trajes do poeta e de Frederico.

 

 

publicado por VF às 19:58
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Sexta-feira, 21 de Maio de 2010

(Kill all your) darlings

 

 

 

 

 

Margarida ao colo do pai , 1920.

 

 

 

Apesar do encanto que tem para mim, preteri esta fotografia da minha mãe a favor de outras em Retrovisor, um Álbum de Família.

 

 

Foi esta a que elegi para abrir o primeiro capítulo:


 

 

 

 

Retrovisor, um Álbum de Família. p.13



 

Mas naquela, gosto especialmente da postura do bebé e do seu olhar atento, plenamente desperto, como o do extraordinário menino Jesus da “Adoração dos Magos” de Velázquez, que aqui apresentei no dia de Natal.

 

Nota: aos leitores interessados que não acompanham o blog desde o princípio sugiro a leitura dos posts “Um álbum de família”aqui e “Kill all your darlings” aqui.

 


publicado por VF às 16:48
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Sexta-feira, 14 de Maio de 2010

uma carta de Teixeira de Pascoaes

 

 

 

Carta de Teixeira de Pascoaes a Vasco Futscher Pereira

 

 

 

23 de Novembro de 1946

Amarante


Muito querido amigo e jovem confrade

Felicito-o e felicito-me pela entrevista, que está uma perfeição! Mas também desejo agradecer-lhe as suas amabilíssimas palavras, que eu, decerto, não mereço. Recebi uma carta da Estrelinha, que me deixou deslumbrado! Não lhe respondi, nem respondo. Responder a uma estrela um poeta da minha idade! É um impossível quasi metafísico!

Envio todos os meus respeitos a sua queridíssima esposa; e um imenso abraço ao seu muito querido sogro, que eu conto entre o pequenino número dos meus autênticos amigos.

Seu velho confrade muito grato e dedicado



Teixeira de Pascoaes

 


 

 

 

Teixeira de Pascoaes (1877-1952)

 

 


 

O poeta e escritor Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, e o meu avô, Guilherme Pereira de Carvalho (1891-1966), eram amigos de longa data e as suas famílias conviveram muito. Teixeira de Pascoaes viveu toda a vida em Gatão, nos arredores de Amarante, não longe da Casa de Freitas, em pano de fundo deste blog. Veja outra fotografia do poeta, vinte anos antes, aquiQuanto a "Estrelinha",  veja uma foto dela aqui.


publicado por VF às 12:47
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Quarta-feira, 12 de Maio de 2010

Teixeira de Pascoaes, Escritor Português do Mundo, fala a "Lisbon Courier"

 

 

Não se pode ir lá de avião. Não há aeródromos nas imediações; é na serra, perto do Marão, que o poeta cantou em Versos imortais, a umas poucas milhas de Amarante. Vai-se por um caminho ladeado de sobreiros já antigos e frondosos que é mais caminho de carro de cavalos do que de automóveis, até a um pequeno terreiro onde há laranjeiras plenas de frutos ainda verdes. Do terreiro, por um largo portão brazonado, entra-se no pátio da casa onde vive o poeta. É uma casa solarenga, do século XVI ou XVII, remodelada depois, que guarda ainda o seu ar vetusto de velha casa senhorial e a nobreza clássica das suas linhas simples, austeras.

Nesse pátio já talvez um autogiro ou um helicóptero pudessem descer. Mas não aconselho o leitor - mesmo que ele tenha sido companheiro de La Cierva - a que tente a arriscada aventura.

Teixeira de Pascoaes ouviu o ruído do carro em que fomos e veio receber-nos à porta. É um homem baixo e magro, um pouco curvado, com uma cabeça já grisalha, revolta, a face angulosa e uns olhos profundos, penetrantes, cheios de riqueza e de vida. A sua austeridade é a de um monge , como é de monge a sua simplicidade e o encanto com que nos recebe na bela casa da sua família, mais velha ainda porventura do que esta, e onde vive como num convento que nos mostra tal como um bom frade desligado dos prazeres e interesses deste mundo.

Tentar apresentar a leitores, sejam eles portugueses ou estrangeiros, este homem, poderá quási parecer uma liberdade de que usa o jornalista, para, através do escritor, se apresentar ele próprio.

É que Teixeira de Pascoaes é bem o Patriarca da literatura portuguesa contemporânea - um patriarca amado dos fiéis e sobre cuja dignidade não há discussões. Os seus livros estão traduzidos para francês, alemão, espanhol, holandês, húngaro, tcheco, italiano.

O "Grande de Espanha" D.Miguel de Unamuno contou-o no número dos seus grandes amigos e o pensador russo, universalmente conhecido, Nicolau Berdiaeff considerou-o um dos mais notáveis autores do nosso tempo.

Isto é bastante, não é verdade, leitor?... Por isso mesmo o entrevistador se esconde sob um pseudónimo.

Nicolau Berdiaeff classificou um dia Pascoaes de "Poeta místico com temática religiosa"... Ora eu venho fazer-lhe uma entrevista sobre aviação... É pois natural que hesite antes de atacar o tema principal da nossa conversa.

Fala-se primeiro de poesia. Depois do que Unamuno chamou "o sentimento trágico da vida". Depois da morte e do existencialismo". Não! - Decididamente é perigoso ouvir este homem encantador falar do que lhe interessa; temo que a ouvi-lo, me esqueça do tema da entrevista, e depois que seja já impossível sair do beco onde estamos. Beco, está claro, porque não vejo a saída para o campo da aviação.

Por isso pergunto de chofre:

— Que pensa da Aviação?

Pascoaes sorri e responde:

— Penso que outrora os homens criavam os anjos e hoje.... os macaqueiam.

Há um silêncio. Não vou, evidentemente, perguntar a este homem se ele voou. Há em toda a sua obra uma altura que nenhum avião do mundo jamais atingirá. Mas insisto:

— Crê que a conquista do ar pela moderna aviação poderá trazer algo de novo a "visão do mundo" dos poetas ?...

A expressão de Pascoaes tornou-se agora vagamente irónica:

— Penso que a visão do mundo depende da altura a que se está."Nos aviões modernos, como se voa muito, muito alto, a "visão do mundo"...deve tornar-se tão vaga, tão imprecisa,que me arrisco a dizer que desaparece...

Uma criada trouxe-nos café e os maravilhosos doces de ovos de Amarante. Pascoaes, sorrindo, explica:

— Nunca percebi como Vergílio foi capaz de escrever a "Eneida", sem ter tomado uma chícara de café e sem fumar um cigarro.

Há neste homem profundamente triste, por mais paradoxal que isto pareça, um bom humor sadio. Um bom humor sem amargura ou ironia – que tem frescura e juventude.

O bom humor com que responde, já a finalizar a entrevista, quando lhe pergunto o que pensa do papel a desempenhar pela aviação no futuro:

— Não penso nada, ou melhor, não digo o que penso. Ainda não consegui limar a vaidade até o ponto de me não importar com o que pensarão de mim os que me lerem daqui a alguns anos - isto, bem entendido, se daqui a alguns anos ainda alguém me ler. Ora eu não quero que me aconteça o mesmo que aconteceu a Thiers quando, num momento de muito fraca inspiração, se lembrou de dizer do "caminho de ferro" que era uma invenção absurda e irritante que apenas servia a meia dúzia de loucos possuídos da mania das velocidades...

 

 

 

A entrevista foi realizada por Vasco Futscher Pereira para a Lisbon Courier, revista de turismo aéreo criada pelo meu avô materno, Guilherme Pereira de Carvalho, em 1946. Não sei dizer ao Leitor que pseudónimo terá usado o meu pai ... Da Lisbon Courier, possuo apenas este exemplar, que fica para outro dia e outro post.

 

 



 

 

publicado por VF às 09:58
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Quinta-feira, 6 de Maio de 2010

uma carta de Vitorino Nemésio

 

 

 

 

carta de Vitorino Nemésio a Margarida

 

 

 

 

Casaréus do Tòvim,

(Coimbra), 2 Set° 1942.

 

 

A sua carta deu-me muita alegria.  Acabo de lê-la.  Estou na aldeia há dois dias, rodeado de latadas morangueiras, com o vale do Mondego diante de mim, oliveiras derroda e às vezes a paz correspondente... (O meu Jorge partiu pela terceira vez um braço).  Mas basta de paisagem.  O que quero é fazer-lhe chegar rapidamente a minha gratidão por aquilo que me diz.  Vou guardar aquela polegada de cartão como uma das coisas mais honrosas da minha vida.

 

às vezes, lembrando-me do que tenho cá dentro para dizer, e que poderia sair em poema, romance ou "vida", e vendo a minha baça esterilidade de escritor, apetece-me soltar o "rai’s parto" dos carreiros que por aqui passam com os bois. Não é só o ofício de professor que me tira o tempo : são as mil e uma formas de dispersão para reforçar o orçamento.  Mas depois acontecem-me coisas como esta carta da Margarida, e penso de mim para mim que talvez valha a pena trocar uma hipótese de obra literária pela consolação de sentir que alguma coisa passou do meu entusiasmo a alguém.  "Talvez" !  Que mesquinho !  Mas "com certeza" !...

 

E até me vejo um velhinho de setenta anos, no esquife do limite de idade, coberto de flores e de cãs (essas minhas difíceis cãs de quarentão sem uma branca), e com uma borla, que ainda não comprei, toda orvalhada de lágrimas...  Haverá música para o "Antigamente a escola era risonha e franca" ?

 

Perdoe, Margarida ; não há direito de brincar assim numa carta como esta.

 

Repito que as suas palavras me comovem.  Estimo-as por virem de quem vême pela delicadeza com que escolheu as condições de isenção para mas mandar.

 

Desejo-lhe boas férias, — verdadeiras, alegres, sem sabedorias.

 

Minha Mulher retribui os seus cumprimentos.  Lembranças a seu Pai. E creia

 

na maior estima

 

Do seu muito amigo

 

 

Vitorino Nemésio

 

 

 

 


Em 1942, Margarida* acabara de se licenciar, com distinção, em Filologia Germânica, na Faculdade de Letras de Lisboa, onde Vitorino Nemésio fôra seu professor. Nesta altura, Vitorino Nemésio ainda não tinha publicado o romance Mau Tempo no Canal (1944).

 

Vitorino Nemésio é um dos nossos maiores poetas e escritores do século XX. No fim da sua vida, conquistou o público português com a crónica semanal  "Se Bem Me Lembro", programa transmitido pela RTP de 1969 a 1975 em horário nobre.

 

 

 

 

Vitorino Nemésio e alunos na Faculdade de Letras,

c. 1942**

 

 

 

*Uma fotografia de Margarida aqui

 

**Detalhe de fotografia reproduzida no livro Retrovisor, Um Álbum de Família.

À direita de Vitorino Nemésio está Maria da Graça Paço d'Arcos. À frente,no canto inferior direito, Maria Violante Vieira.

 

Mais sobre V.N. aqui

 



 

 

publicado por VF às 11:08
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