Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009

Exercícios Temporais

 

 

 


Joaquim Monteiro Grillo, Vasco, Cristina e Christine Marshall

Parque de Yosemite, California, 1961

 

 

TEMPO DA MEMÓRIA


Memória dúbia,

Assim te aceito

Antecipando o futuro ou já.

 

Tua raiz é liame inevitável

E madre nossa corrupta,

Parceira da razão parda.

 

Memória impertinente

És,

Nas montras, monstro familiar

E nos cafés e nos livros,

Ao lado do volante,

Nos vultos, nos gestos, carícias, até...

A sua sombra.

 

E no resto,

Estrume em requintado canteiro

De poesia ou versos só,

Mas queira Deus, flores também,

 

Mesmo proibidas de colher...

 

 

Tomaz Kim

in Exercícios Temporais

colecção Poesia e Verdade, Guimarães Editores,1966.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por VF às 19:08
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Terça-feira, 24 de Fevereiro de 2009

trajes de carnaval

 

Guilherme e Cristina, 1952

 

 

 

 

Na minha família, quem gostava mais do carnaval eram os meus avós, talvez por terem passado a infância no Brasil e se recordarem de grandes festas de carnaval dos seus tempos de juventude. Esta fotografia, tal como as anteriores, foi tirada no Saldanha, em Lisboa, onde viviam os meus avós maternos. O traje de Cristina, de “Leiteira Rica”, o do Minho que tenho vestido na foto de 1955, e o da Nazaré, da minha prima Verusca, na foto de 1964, eram de casa deles e deviam ter pertencido à minha mãe e à minha tia Stella.

 

Na minha adolescência não gostava do carnaval, porque na rua, além das bisnagas - que ainda vá que não vá - os miúdos atiravam-nos aos pés estalinhos de pólvora, de que eu tinha imenso medo, e arremessavam saquinhos de areia que aleijavam. A pobre Sylvie Vartan foi atingida no palco por vários, quando actuou em Lisboa, no Cinema Monumental.

 

 

Leia mais sobre o carnaval aqui

publicado por VF às 10:14
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Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2009

carnaval (1952)

 

  

Cristina, 1952

publicado por VF às 11:10
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Domingo, 22 de Fevereiro de 2009

carnaval (1955)

 

Vera, 1955

 

publicado por VF às 09:51
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Sábado, 21 de Fevereiro de 2009

carnaval (1964)

 

 Verusca, Bernardo e Guilherme, 1964

 

 

publicado por VF às 10:16
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Quarta-feira, 18 de Fevereiro de 2009

O álbum do Brasil

 

 

álbum de família de finais do séc. XIX

 

 

Em 2008 chegou-me do Brasil, pelo correio, este álbum. Um amigo, Carlos Pereira Marques, a quem eu falara no meu projecto, anunciou-me que uma sua prima, residente em S.Paulo, tinha em seu poder um álbum de fotografias da minha família, e que teria gosto em mo enviar caso eu estivesse interessada. O álbum pertencera a meu tio-avô materno António Guilherme Pereira de Carvalho (n.1893), o único de sete irmãos (dois rapazes e cinco raparigas) que se radicou no Brasil, onde o seu pai tinha uma casa comercial.

 

Escrevi a Maria Amália Fragelli, e, por fim, foi com expectativa e emoção que recebi o pesado embrulho, muito cuidadosamente embalado para resistir bem ao transporte. Não sei dizer ao certo o que esperava, mas a minha surpresa foi grande. Nunca tinha visto, muito menos folheado, um álbum deste género. Admito que existam em museus da fotografia (ver imagem no post anterior).

 

 

 

 

  

 

António Guilherme de Barros Pereira de Carvalho 

1893-1939 

 

O meu tio-avô casou com Julia Ruiz de Gamboa, de quem teve uma filha, Stella Maria, que foi Madre nas Irmãs Ursulinas e Directora da Faculdade de Letras da Universidade Católica do Rio de Janeiro. Lembro-me da emoção dos meus avós maternos aquando de uma visita de Stella Maria a Portugal, na época em que vivíamos na casa deles, nos anos 60.

 

Após a entrada de Stella Maria para o convento, a minha tia Julinha foi viver com a sua irmã. A filha desta, Maria Amália, conservou amorosamente o álbum até hoje.

 

Mais sobre os Pereira de Carvalho aqui  

 

publicado por VF às 13:37
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Domingo, 15 de Fevereiro de 2009

dispersed relatives

 

 

 

 

 

 

páginas de um álbum de fotografias,

Brasil, finais do século XIX.

 

 Through photographs, each family constructs a portrait-chronicle of itself – a portable kit of images that bears witness to its connectedness. (...) Photography becomes a rite of family life just when, in the industrializing countries of Europe and America, the very institution of the family starts undergoing radical surgery. As that claustrophobic unit, the nuclear family, was being carved out of a much larger family aggregate, photography came along to memorialize, to restate symbolically, the imperiled continuity and vanishing extendedness of family life. Those ghostly traces, photographs, supply the token presence of the dispersed relatives. A family’s photograph album is generally about the extended family — and, often, is all that remains of it.

 

  

Susan Sontag 

in On Photography, 1973

 

 

Leia outra citação da mesma obra aqui e mais sobre o meu álbum de família aqui

 

publicado por VF às 12:24
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Sábado, 14 de Fevereiro de 2009

desenho (1940)

 

 

 

 

 


desenho de Paulo Ferreira (1911-1999)

 

 

 

Veja um retrato do artista aqui e para saber mais sobre Paulo Ferreira clique aqui

publicado por VF às 10:10
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Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009

rapazes (1907)

 

 

7º ano do Liceu

ano lectivo 1907-1908

 

António Deslandes Correia Caldeira Coelho (n.1888) é o segundo a contar da direita. Tem um ar sério na fotografia mas foi um homem alegre e caloroso.

As suas irmãs Rosita , Zeca e Irene não fizeram estudos formais e não sei que escolas frequentaram.


outra fotografia de António Caldeira Coelho aqui.

publicado por VF às 18:25
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Terça-feira, 10 de Fevereiro de 2009

raparigas (c.1915)

 

 

 Ao centro

Maria José Deslandes Correia Caldeira Coelho

(1893-1986)

 

Zeca, irmã da minha avó paterna, foi das pessoas mais queridas da família. Muitas das fotografias e recordações que guardo dos Caldeira Coelho vieram da sua casa, que eu própria desfiz em 1986.


Um apontamento de Zeca:  

 

Primeiras quadras que fiz nos meus tempos de rapariga nas festas de Stº António e S. João que a Rosita organizava para divertir os pequenos Gonçalo, Vasco e Maria Luíza, os três companheiros das brincadeiras e meus queridos sobrinhos:

 

Os cravos da nossa terra

São lindos, é natural

Pois se eles têm raízes

Nascidas em Portugal

 

Vamos saltar a fogueira

Vamos todos, eles e elas

Toca a correr de repente

Pra não queimar as canelas.

 

Outra foto de Maria José Caldeira Coelho aqui

 

 

publicado por VF às 11:52
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